segunda-feira, 15 de outubro de 2007

infância

no centro dos meus olhos
o mundo girava

nesta época
as mangueiras davam flores
Tânia Mara passava
carregando seus cadernos
como se carregasse
os segredos dos homens

bem na frente de casa

o mundo girava
girava a escola
o pão mofado na merendeira
o rio preso no mapa

bem no meio da tarde

nesta época
morrer era um mistério
meu avô erguia a bengala
apontava para o horizonte
e dizia que lá
- depois do fim -
nascia livre e límpida
uma cordilheira

Um comentário:

Anônimo disse...

Carlos, chorei de saudades ao ler, novamente, o que escrevestes para mim. Naquele tempo como erámos inocentes! ném se imaginava o quanto é doloroso perder um "grande Amigo".
Saudades e que estejas bem juntinho de Deus.
Teu amor de juventude.
Tânia Mára Gondim
Porto Velho-RO