domingo, 9 de dezembro de 2007

estrangeiro

este quarto este espelho
que me fita e a nada me reduz
essa luz que me fere de esguelha
traz em si minhas duras parelhas

espaço onde armo minhas redes
ouço o ranger de elos e dentes
aqui onde a direção se perde
nenhum lugar há que desconheça

este quarto este momento
em que a mão se põe suspensa
e a voz se faz lamento
além do desespero e da face tensa
tenho o fogo do tormento

neste quarto entre tais paredes
onde o corpo se despe por inteiro
sinto a distância fria dos intrusos
como se fosse eu um estrangeiro

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